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Corpus edimus

Corpus edimus

R$110

Xilogravura

Buril.

Impressão em papel japonês

Tamanho A5 (21x14,8cm)


Corpus edimus (comemos o corpo) alude ao papel dos urubus na natureza, que é o de se alimentar de corpos em putrefação. Eles possuem estômago forte o bastante para não se contaminarem com aquilo que poderia matar boa parte dos animais.


Penso neles como similares às pessoas de estômago forte para digerir este mundo, cada vez menos convidativo à Vida. Em especial os profissionais que tratam a limpeza urbana (faxineiros, garis, varredores de rua, tratadores de esgoto), a medicina (todo o corpo médico, em especial enfermeiros e agentes de saúde) e o sepultamento (funcionários de necrotérios, maquiadores de defuntos, carpideiras, coveiros), além dos pensadores e cientistas que analisam as sociedades e conseguem prever catástrofes climáticas, políticas e socioeconômicas.


Por isso mesmo os urubus pretos olham, empoleirados, para a esquerda: estão mirando o passado, como se estivessem no futuro esperando por quem vem vindo — os corpos que comerão.


Por ser Historiadora, penso em Marc Bloch, que disse


Já o bom historiador se parece com o ogro da lenda. Onde fareja carne humana, sabe que ali está a sua caça. Apologia da História ou: O Ofício do Historiador

O título foi inspirado num verso de Ave Satani, tema de Jerry Goldsmith para o filme A Profecia. Os urubus, assim como os corvos, têm essa simbologia do agouro, que nada mais é do que a previsão, a profecia.


A gravura participou da terceira edição do Escambo Gráfico, e esteve presente nas seguintes exposições:

  • Casa da Praça. Leme, São Paulo, Brasil (outubro 2023).

  • Centro de Artes. Brasília, DF (outubro 2023).

  • Sebo Pura Poesia. Ipiranga, São Paulo, Brasil (novembro 2023).


Para comprar um exemplar, é necessário enviar uma mensagem à Ludmila ou Vitor Hugo do Escambo Gráfico.

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